A importância do planejamento para os tempos de crise

20 de novembro de 2014, by , Posted in Notícias, 0 Comment

Quando a presidente Dilma se justificou dizendo “Diante da crise, os governos são levados a fazer o que não fazem em tempos normais”, ela levantou um problema não só dos governos, mas da maioria das organizações: A incapacidade de entender a importância do planejamento.

Após a reeleição a presidente Dilma Rousseff finalmente admitiu que temos problemas na economia do país – coisa que não podia fazer em plena campanha eleitoral de 2014 – e justificou com a seguinte frase: “Diante da crise, os governos são levados a fazer o que não fazem em tempos normais”.

Essa afirmação demonstra a falta que uma visão de futuro faz para o país. Esta visão poderia garantir ao país um lugar garantido entre o rol daqueles definidos como “Desenvolvidos”. De acordo com Peter Drucker, ”Não existem países subdesenvolvidos. Existem países sub administrados” e a falta de planejamento é a primeira característica desta sub administração.

No cenário da administração, consideramos o planejamento (de curto, de médio e de longo prazo) justamente para que possamos ter um horizonte a seguir e entendamos a implicação das decisões que serão tomadas no curto prazo. Este servirá para que, em caso de crise, ações pré-definidas já estejam pensadas e possam ser aplicadas com o intuito de dar uma resposta rápida, objetiva e eficaz aos problemas que estão afetando o caminhar da organização dentro daquilo que foi previamente planejado.

Em momentos de crise, as organizações que não planejam tendem a achar soluções que não seriam tomadas em tempos normais e que, via de regra, não possui eficácia comprovada ou não são adequadas para o contexto em que a empresa se encontra. Isso acontece por conta da necessidade de se dar uma solução para a crise ou, pior ainda, a necessidade de mostrar para alguém (neste caso mostrar à sociedade e aos eleitores) que estamos trabalhando.

Quando não temos a exata visão do caminho que estamos seguindo (visão esta fornecida pelo planejamento de longo prazo), tendemos a tomar as decisões mais fáceis e que podem até gerar bons resultados no curto prazo mais que possuem um potencial enorme de criar problemas no médio e longo prazo, problemas estes que tenderão a ser muito mais complexos de se resolver do que se tivéssemos, no momento da tomada de decisões por conta de crises pontuais, a exata visão do futuro da organização. A importância dessa visão de longo prazo foi resumido por Peter Drucker na frase “O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes”.

O planejamento será fundamental para que a liderança da organização possa criar rápido consenso sobre ações que precisam ser tomadas para enfrentar momentos de crise, especialmente se estas ações exigirem medidas duras e, especialmente, medidas que afetam o resultado da organização.

A visão de futuro fornecida pelo planejamento de longo prazo facilita o entendimento de que perdas presentes podem se justificar por conta da garantia de alcançar os resultados já planejados para o futuro”.

O Planejamento de longo prazo – ou visão de longo prazo – nos dará o horizonte a seguir e balizará todas as decisões tomadas no presente. As crises não podem alterar o sentido de longo prazo já definido pela organização. Desvios de rumo (sejam eles pequenos ou grandes) somente se justificarão se forem a garantia do rápido retorno ao caminho que nos levará a um futuro previamente pensado pela organização.

Já o planejamento de médio prazo é aquele que nos permitirá validar as ações que poderão ser tomadas no curto prazo caso eventos não previstos possam nos desviar do alvo.

Quando uma organização leva a sério seu ciclo de planejamento, trabalhando de forma adequada com o longo, o médio e o curto prazo, nenhuma ação poderá ser justificada pela frase “Diante da crise, as organizações são levadas a fazer o que não fazem em tempos normais” e a principal razão para isto é que muitos cenários (tantos os bons como os ruins) foram previamente pensados e as ações para contorná-los já estão previamente elaboradas.

Lembro-me da crise de 2008, quando os órgãos reguladores decidiram executar um teste de stress para os bancos europeus com o intuito de verificar qual seria o pior cenário da economia ao quais os bancos suportariam. A decisão de rodar o teste de stress foi de extrema inteligência pois forneceria o pior cenário no qual a economia poderia funcionar, porém, esse teste já poderia ter sido previsto no planejamento de médio prazo.

Os agentes reguladores poderiam definir um ciclo de médio prazo de cinco anos e já ter o teste de stress das instituições para esse período. Com isto, eventos econômicos com potencial de afetar a integridade do sistema financeiro poderiam ser mais facilmente detectados no início e ações corretivas seriam tomadas já nos primeiros momentos, o que teria um potencial enorme de reduzir os custos para a recuperação do cenário econômico.

A cultura do planejamento é algo que precisa ser incutido na cultura organizacional da companhia de forma a garantir que todas as ações apontem para uma visão maior, visão esta que conduzirá a organização para um futuro glorioso.

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