Automação auxilia atacadistas e distribuidores

18 de outubro de 2012, by , Posted in Notícias, Comentários desativados

A tecnologia pode ser a grande aliada para resolver uma complexa teia logística que envolve atacadistas e distribuidores no Brasil. Responsáveis por abastecer o pequeno e o médio varejo de diferentes áreas, esses setores precisam enfrentar operações que vão da armazenagem de um grande volume de produtos a complicadas questões tributárias e dificuldades de contratar mão de obra especializada.

Contar com mecanismos que ajudem a cumprir todas as etapas sem perder a eficiência é crucial para enfrentar a concorrência e as margens baixas, que variam de 1% a 2% do faturamento, segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). É neste cenário que a automação entra como ferramenta estratégica. Pesquisa com atacadistas e distribuidores, que representam 28% do faturamento do segmento no Brasil, mostra que a adoção de tecnologia cresce, principalmente entre as grandes empresas. O estudo, da GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação) e Abad, revela os benefícios, para as áreas de relacionamento com fornecedores, logística, gestão e vendas.

Uma das principais constatações da pesquisa é que 83% dos atacadistas e distribuidores possuem centro de distribuição (CD) automatizado. Uma realidade distante para 17% dos entrevistados, que não contam com essa alternativa e alegam ter suporte técnico deficiente e dificuldades de uso de integração dos sistemas. Os softwares são responsáveis pela gestão da frota de 39% das organizações, e outros 17% gerenciam entregas e coletas também com apoio de sistemas. “A tendência é melhorar o fluxo no processo de emissão e gestão das informações fiscais”, diz Edson Matos de Lima, assessor de soluções e negócios da GS1 Brasil. A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um exemplo. De acordo com a pesquisa, todas as empresas consultadas possuem sistema de processamento de NF-e, pedidos, faturamento, compras, Sped e nas áreas financeira e contábil. “Esse upgrade tecnológico abrange toda a cadeia, pois acaba sendo uma precondição para fazer negócio”, destaca o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.

As companhias também investem em ferramentas mais sofisticadas que agregam inteligência ao negócio e melhoram a tomada de decisão. Ao todo, 61% usam o Business Intelligence (BI), 50% contam com CRM (gestão de relacionamento com o cliente) e 28%, com sistema para planejamento estratégico. O sistema de radiofrequência (RFID), também ganha espaço. A gaúcha Unidasul é uma das empresas que aposta na tecnologia, que traz benefícios como a redução da ruptura de estoque e uma melhor seleção de produtos.

O processo, executado há cerca de quatro anos, garantiu a melhoria da produtividade no recebimento, armazenagem, separação e expedição. “Ganha-se muito tempo, porque o sistema vai direto ao ponto, não é preciso ficar rodando o armazém”, informa o superintendente da distribuidora alimentícia, Edson de Cesaro.

A empresa, que atua na Região Metropolitana de Porto Alegre, Vale do Sinos, Vale do Paranhana, Serra e Litoral, viu suas operações deslancharem. “A radiofrequência no sistema de armazenagem agiliza, de uma forma impressionante, o processo de separação, expedição, recebimento e carregamento. O resultado é um ganho muito grande”, garante Cesaro. Isso acontece uma vez que as chamadas etiquetas inteligentes permitem a leitura dos itens por caixa, eliminado a necessidade de manusear item por item.

Dispositivos móveis fazem parte da rotina dos empresários

Os dispositivos móveis estão presentes na rotina das empresas. Os equipamentos mais usados são os smartphones (41%), tablets (26%) e computadores de mão (18%), aponta a pesquisa realizada com atacadistas e distribuidores. As tecnologias também estão presentes no relacionamento com os fornecedores. De acordo com o levantamento, 57% dos atacadistas usam a troca eletrônica de dados (EDI) para se comunicar com a indústria fornecedora em relatório de vendas e de estoque, pedido de compras e fatura. “Atacadistas e distribuidores cada vez mais procuram estar atualizados no que há de novidades no mundo da tecnologia”, destaca Carlos Eduardo Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). Trata-se de uma evolução constante e que ganha cada vez mais adeptos entre os empresários do setor.

A troca eletrônica de dados normalmente não faz parte da rotina das empresas quando a cobrança não é feita pelo seus parceiros comerciais. “Quando a indústria requisita o uso desta ferramenta, atacadistas e distribuidores acabam investindo”, afirma Edson Matos de Lima, assessor de soluções e negócios da GS1 Brasil. O efeito cascata, causado pela exigência dos parceiros, tem sido positivo para todos os setores envolvidos.

Fonte: Jornal do Comércio





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