Diferenças no ERP de empresas de serviços
Será que os ERPs (Enterprise Resource Planning), também conhecidos como sistemas integrados de gestão empresarial de mercado, estão adaptados para as novas empresas de serviços?
São milhares de novas empresas que surgiram após o advento da internet: consultorias de tecnologia, agências de marketing digital, aluguel de equipamentos, terceirização, comercialização de energia e outras. Para usar um neologismo citado pelo consultor e professor da ESPM Carlos Alberto Júlio, um número cada vez maior de empresas está empenhada em converter produtos em serviços e trazer novas receitas recorrentes para seu negócio.
Apostando nesta ideia, construtoras criaram empresas de aluguel de equipamentos pesados com o objetivo de gerar receitas em períodos de ociosidade. Outro exemplo é a oferta de software na nuvem, que traz receita recorrente, ao invés do licenciamento convencional de softwares, no qual o comprador paga uma única vez. Negócios novos envolvendo consumo colaborativo (exemplo), compartilhamento de ativos, são exemplos de outros negócios que transformaram produtos ou ativos em receitas anuais.
Diante deste cenário, será que esses novos negócios com foco em serviços têm hoje uma oferta de sistema de gestão adaptado?
Em primeiro lugar, vale a pena analisar a origem dos principais sistemas de mercado. Muitos nasceram nas décadas de 80 e 90 do século passado, com foco na indústria, que representava uma grande fatia da economia naquele momento.
Hoje, no Brasil, o setor de serviços concentra mais de 75% dos empregos formais e 68,5% do Produto Interno Bruto, segundo pesquisa recente do IBGE.
Pensando em colaborar com alguns insights para esta nova realidade de mercado, destaco alguns pontos cruciais para analisar se o ERP atual (ou futuro) é aderente à emergente e dinâmica empresa de serviços de hoje:
1. Serviços exigem flexibilidade:
Tão importante quanto as funções do ERP é a capacidade de suportar mudanças com o “avião no ar”. Poder reconfigurar o sistema de forma prática e rápida é crucial para atender clientes cada vez mais exigentes e “instáveis”, para adequar políticas de vendas e fluxos de trabalho dinâmico (workflows). Um ERP que nasceu para atender os processos industriais pode ter uma resposta para reconfiguração de mudanças mais processual e lenta.
2. Serviços exigem elasticidade:
Sazonalidade e picos de demanda são muito mais agressivos nos setor de serviços. Volume de pedido, entrega, faturamento, apontamento de horas, variam muito em certos dias. Além disso, a empresa de serviços depende menos de capital intensivo para ampliar seu crescimento do que a indústria, e por isso, os tempos de resposta do ERP são críticos para uma empresa de serviços. Qual a performance atual do ERP em dias e horários de pico? Há limitações físicas e lógicas para o crescimento? É possível ajustar a capacidade sob demanda utilizando infraestrutra na nuvem, por exemplo?
3. Serviços exigem estrutura “projetizada”:
Muitas empresas de serviços precisam agrupar suas operações em projetos, obras ou contratos. Isto é fundamental para controle da perfomance das operações. Mas será que contratos ou projetos deveriam ser outro módulo ou sistema? Cada transação de compra e venda precisa ser conectada de forma natural e fluída a uma estrutura de projetos, mantendo a velocidade e produtividade. Seu ERP atual consegue dar esta resposta sem burocratizar os controles?
4. Serviços exigem mais do que um ERP:
Para empresas de serviços, o ERP ainda é o coração do negócio, mas não é suficiente para todos os processos empresariais. O ERP integrado com CRM e com redes sociais é base para a estrutura de processos de uma empresa de serviços moderna. Seu ERP é monolítico ou permite a integração fácil ao comércio eletrônico e WEB 2.0?
5. Serviços exigem Inteligência:
Diferentemente das análises mensais de resultado, as empresas de serviços precisam de “informação inteligente” on-line. Ou seja, os resultados de vendas de campanhas, por exemplo, precisam ser analisados todos os dias, toda hora, todo minuto, e não depender da apuração de resultados contábeis ou do fechamento do dia. Além disso, os BI (Business Inteligence) do passado, não atingiam todos os níveis hierárquicos das empresas.
Para uma empresa de serviços moderna, isto é fatal, porque o desempenho é conquistado nas pontas, na área operacional. Painéis de controle precisam estar disponíveis para o CEO e para o gerente de compras e faturamento. Seu ERP possui milhares de relatórios que ninguém sabe ao certo como utilizar? Ou possui centros de informação intuitivos para todos os níveis da empresa?
Estes questionamentos devem ser feitos no momento da aquisição de um novo sistema de gestão empresarial. As desenvolvedoras deste tipo plataforma já estão atentas a necessidade do mercado e trazendo módulos específicos para cada nicho de negócio. Para empresas de serviços, que estão se transformando e também mudando o mundo em que vivemos, já existe o ERP certo pode fazer a diferença e colocar a empresa alguns passos à frente da concorrência. Em serviços, isto pode ser o que falta para alcançar mais facilmente o sucesso.
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