Por que eu quero um consultor?
Quando sentimos a necessidade de buscar um consultor é preciso ter bem claro o que realmente queremos. Por outro lado, caberá ao bom consultor na primeira reunião entender, no todo ou em parte, quais são ou podem ser as necessidades da instituição
A prática de consultoria tem na experiência vivida e no conhecimento adquirido os requisitos essenciais para o atendimento eficaz das empresas clientes. Além da necessidade de uma boa dose de cultura geral, os conhecimentos específicos devem ser mantidos de forma atual e organizada e dirigidos para a área de especialização do consultor. Afinal o consultor é um especialista em um determinado assunto e seu produto é a venda de conhecimentos adquiridos.
Tempos atrás, a atividade de consultoria não passava nem perto das gerações formadas entre os anos 60 e 90. Essencialmente, foram gerações preparadas para atuar em instituições, sejam elas privadas ou públicas. Empreendedorismo não fazia parte de nenhuma grade escolar e consultoria é empreendedorismo
Nos anos 90, profissionais qualificados, tomados pelo vírus da reengenharia, começaram a pensar na formulação e na construção de um “plano b” para a continuidade de suas vidas. Ao invés de emprego e salário, as palavras de ordem passaram a ser trabalho e renda. Como bem disse o Consultor Júlio Cardozo: “Cabe a nós dentro dessa sociedade baseada na informação, valorizar nosso conhecimento e transformar as competências adquiridas em algo que nos perpetue como população ativa, mesmo aos 70 anos”.
Boa parte desses profissionais partiu para a atividade de consultoria. Uns se deram muito bem, outros nem tanto (continuaram a agir e a pensar como assalariados e subordinados). Hoje temos um vasto leque de bons consultores com honorários que cabem nos bolsos dos clientes. Consultor certo para o cliente certo!
Hoje é fato que todas as áreas tornaram-se enxutas e seus ocupantes multifuncionais. Por isso nem todas as expertises estão disponíveis na instituição. Quando sentimos a necessidade de buscar um consultor é preciso ter bem claro o que realmente queremos. Por outro lado, caberá ao bom consultor na primeira reunião entender, no todo ou em parte, quais são ou podem ser as necessidades da instituição.
Contratar um consultor sem ter noção (por menor que seja) do que se deseja como produto a ser entregue é apostar que a última bala no gatilho atinja o alvo.
Outra questão é se perguntar “Precisamos realmente de um consultor? Não podemos resolver isso com recursos internos?” O desenvolvimento de um projeto por pessoal da própria instituição encurta caminhos no quesito “conhecimento do negócio”, porém, poder perder em competência técnica ou metodológica.
Em trabalhos de consultoria sempre haverá responsabilidades que caberão ao consultor e responsabilidades que caberão à instituição. Julgo ideal e de bom senso que um profissional da instituição e da área objeto da contratação do consultor, atue em regime de parceria para fornecer conhecimentos do negócio, da cultura e dos valores, assim como, para adquirir a memória técnica do está sendo feito e de como está sendo feito. Vai-se o consultor fica-se a memória técnica.
A primeira reunião com um consultor tem que ter um caráter investigativo, como se fosse um processo de seleção, para poder entender, analisar, perceber e sentir se ele é realmente um especialista da área que a instituição necessita.
Um consultor bem selecionado já adquiriu sua estória empresarial vivida, participou de inúmeros cursos de informação, formação e atualização, já “filtrou o joio do trigo” em todos eles, já errou e acertou e está aí, ao seu lado, à sua disposição.
O responsável pela contratação, além da gestão de rotinas e dos projetos diários, deverá disponibilizar um tempo a ser alocado para ajudar o consultor na familiarização e no entendimento do negócio e no conhecimento de históricos relevantes e de interesse. Uma informação dos desacertos cometidos, caso existam, de consultores anteriores, certamente será benéfica para quem está chegando.
A avaliação de um trabalho de consultoria é a comparação do previsto (“comprado”) com o realizado. Do aprendizado/memória técnica e da utilização do produto entregue. Do resultado e dos benefícios decorrentes. Da agregação de valor. Da empatia do consultor e da disponibilidade para “ajudar” a instituição.
A relação entre um consultor e uma instituição tem que ser bem tratada, bem regada, bem cultivada. Deve gerar comportamentos que inspirem confiança. Os resultados raramente serão satisfatórios quando apenas um dos lados for envolvido e competente.
Fonte: www.administradores.com.br