Serviços: o futuro do trabalho decente
O setor de Serviços atua como legítimo propulsor da empregabilidade, liderando frequentemente o ranking dos maiores contratantes do País.
A automação industrial, que teve seu apogeu entre o final da década de 50 e o começo da de 60, substituiu parte da mão de obra humana por máquinas. Foi um susto: na época, uma corrente de pensadores alertou para o perigo de se criar uma sociedade sem trabalhadores. Jeremy Rifkin, em seu livro O fim dos empregos, relata que “uma sociedade sem trabalhadores evoca a ideia de um futuro sombrio de desemprego em massa e pobreza generalizada, acentuado por tumultos sociais e revoluções”.
Meio século depois, constata-se que a tecnologia realmente excluiu a mão do homem de inúmeras atividades. No entanto, a previsão sobre a extinção do trabalho perdeu-se na poeira do tempo. Pelo contrário, tem sido feito descomunal esforço para reduzir o desemprego, com condições favoráveis para a inclusão cada vez maior de trabalhadores no mercado formal.
O setor de Serviços, neste contexto, atua como legítimo propulsor da empregabilidade, liderando frequentemente o ranking dos maiores contratantes do País. Inserida neste grande guarda-chuva está a prestação de serviços terceirizáveis, que propicia a geração de empregos nas mais variadas áreas, incentivando a qualificação e a evolução social. Não são raros os casos de quem começou a carreira na terceirização e alçou voos mais altos na escalada profissional, o que evidencia e comprova o importante papel desempenhado pelo segmento: o de criar empregos e de propiciar qualificação.
Notícias espalhadas sobre a terceirização nem sempre condizem com a realidade, pois ressaltam apenas conflitos entre prestadoras de serviços e trabalhadores, o que é corrente em qualquer setor da economia. Mas há de se reconhecer, independente de ideologia, que a terceirização é hoje peça fundamental para a crescente competitividade das empresas, pois contribui para uma gestão mais enxuta e redução de custos operacionais, como recursos humanos, departamento de pessoal, compras, jurídico, logística, dentre outros.
A prestação de serviços contribui, enfim, para o desenvolvimento da economia nacional como um todo, uma vez que a especialização é seu principal diferencial. Mais competitivas, as empresas melhoram condições para aumentar o lucro e criar um número maior de vagas de emprego, direta ou indiretamente. Para se ter ideia, no último ano, a terceirização foi responsável por empregar formalmente 1,5 milhão de trabalhadores, com massa salarial de R$ 22 bilhões. Ganhou o País, com destinação de R$ 1,94 bilhão para o FGTS e R$ 4,6 bilhões ao INSS R$ 4,6 bilhões.
Por desinformação ou má fé, propaga-se a informação de que a terceirização precariza as relações de trabalho. Ao contrário, empresas sérias elevam o valor do trabalho formal e cumprem com todas as suas obrigações. Os empresários que atuam no setor e integram o principal sindicato patronal da categoria, o Sindeprestem, que completa este ano 22 anos de história, são todos compromissados com a legalidade e o rígido cumprimento de suas obrigações. É evidente que, independentemente do setor, há sempre boas e más organizações. Quem não cumpre compromissos legais e fiscais recebe as penas da lei. A estas devemos coibir, criar meios eficientes – como a aprovação de uma legislação específica -, para que deixem de atuar livremente, concorrendo de modo desleal e prejudicial à imagem do setor.
Portanto, classificar os empresários da prestação de serviços como “farinha do mesmo saco” é a maior injustiça que se pode cometer com aqueles que ajudam a movimentar a economia e se dedicam a oferecer serviços de qualidade e boas condições de trabalho às pessoas.
Fonte: www.administradores.com.br